Natalia
Falcão Cavalcante¹
Professor
Eiiti Sato
¹Universidade
de Fortaleza – Pós-Graduação em Direito e Relações Internacionais
A descolonização asiática sucedeu quase que
simultaneamente com a Segunda Guerra Mundial. Muitas colônias tornaram-se
independentes entre 1945 e 1950, como por exemplo: Índia, Paquistão, Sri Lanka,
Filipinas, Indonésia, Vietnã, Laos. A China promoveu a revolução socialista,
finalizando a dominação inglesa, alemã e japonesa em seu território. Em 1945, a
Coreia deixou de se submeter aos domínios japoneses e em 1948, dividiu-se em
dois países: Coréia do Norte e Coréia do Sul.O Camboja tornou-se independente
da França em 1953. A Malásia e Cingapura libertaram-se da colonização inglesa
entre os anos de 1957 e 1965.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Ásia passou por
grandes transformações históricas internas com o início da descolonização,
ou seja, o processo de independência das colônias pertencentes aos países
imperialistas europeus. O Movimento ocorreu devido a
ruína dos países europeus após a Segunda Guerra que dificultou política e
economicamente a preservação das colônias; ao novo estágio do capitalismo
pós-guerra, ao qual não havia sentido manter os impérios coloniais; as políticas
e objetivos da ONU proclamarem a autodeterminação dos povos, tornando contraditória a manutenção de
colônias por parte dos países membros, bem como o fato de a resistência
anticolonial ter gerado movimentos nacionalistas de libertação, apoiados principalmente
pelas potências socialistas (URSS e China).
A partir da década de 1970, as diferenças entre
esses países tornaram-se mais evidentes no campo econômico com a emergência
dos países produtores de petróleo, "tigres asiáticos" (Hong Kong,
Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan), que alcançaram um acelerado desenvolvimento
industrial e econômico. Francisco
(2016), assegura que esses países implantaram um modelo industrial caracterizado
como IOE (Industrialização Orientada para a Exportação), dessa forma, a
produção caracterizou-se pela diversificação e foco no mercado externo (principalmente
países desenvolvidos), contando com o forte apoio do governo, desenvolvendo
projetos de infraestrutura, transporte, comunicação e energia, além do
financiamento e uma política de incentivos para atrair as indústrias
transnacionais, criando Zonas de Processamento de Exportações (ZPE), com
doações de terrenos e isenção de impostos pelo Estado.
Os lucros obtidos pelas indústrias nesses países
ocorriam principalmente em virtude do exército industrial de reserva, ou seja,
grande quantidade de mão de obra disponível no mercado, ocasionando a
desvalorização dos salários pagos pelos detentores do meio de produção. Com a
estratégia adotada, conseguiram desenvolver produtos com tecnologia agregada e
preços competitivos. Portanto, a economia destes países direcionou-se,
principalmente, para o mercado externo, apresentando altos volumes de
exportação.
Já na economia japonesa, houve um grande avanço
após a Segunda Guerra Mundial devido a grande quantidade de capital
estrangeiro, principalmente norte-americano, investidos para a reconstrução do
país (considerado por alguns autores com devastado) “através do Plano
Colombo, cuja intenção era manter o Extremo Oriente sob a esfera de influência
norte-americana”, com investimentos no desenvolvimento industrial e
tecnológico, tornando-se na década de 1970 numa grande potência econômica.
Além dos investimentos, o Japão contava com o
aproveitamento das instalações das industrias de ponta que apesar da guerra,
continuaram de pé. O país também foi privilegiado por aspectos culturais, como
foi o caso do sistema educacional que se destacou por ser altamente
qualificado, formando um grande número de profissionais, técnicos e cientistas
altamente capacitados que ajudaram a reerguer a nação nipônica.
Atualmente, o Japão destaca-se na produção e
exportação de veículos, equipamentos eletrônicos e artigos de informática, além
da metalurgia, siderurgia e produção naval, dispõe de grandes empresas
multinacionais e conta com um forte sistema bancário.A infraestrutura (portos,
rodovias, geração de energia, etc) japonesa também é muito desenvolvida, fator que
colabora muito com o desenvolvimento econômico do país.
A população japonesa possui um elevado poder de
consumo, devido aos altos salários pagos pelas empresas, o que permite ao país destacar-se
por possuir um mercado interno altamente desenvolvido, embora as exportações
também sejam elevadas. Além disso, destaca-se também por ser um grande
importador de produtos agrícolas e matérias-primas, já que dispõe de um
território considerado pequeno para a prática da agricultura.
Destaca-se assim o "milagre japonês" com
a fenomenal recuperação econômica do Japão, num curto período de 35 anos,
período que possibilitou a reestruturação do país, unindo-o à comunidade das nações mais prósperas, bem como a formação dos “Tigres Asiáticos” com
sua agressividade econômica e administrativa,
como os principais determinantes da emergência da Ásia e um dos
fenômenos mais notáveis na economia após a Segunda Guerra mundial.
Referências
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. Tigres
Asiáticos; Brasil Escola.
Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tigres-asiaticos.htm>. Acesso
em 14 de dezembro de 2016.
ARAUJO,Gabriely. Tigres
Asiáticos: Economia
e mapa dos países. Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/tigres-asiaticos-economia-e-mapa-dos-paises/>.
Acesso em: 13 dez. 2016.