segunda-feira, 20 de abril de 2015

CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

INTRODUÇÃO
Nas décadas de 1960 e 1970 e início da década de 1980, praticamente todas as captações de recursos privados no exterior eram realizadas através de empréstimos e financiamentos bancários internacionais, de acordo com a Lei 4.131, e internamente operacionalizados através das resoluções e circulares do BC (Banco Central), entre as quais pontificava a Resolução 63. Na maior parte da década de 1980 e até o acordo da dívida externa ao final de 1993 (Plano Brady1),a fonte externa secou, limitando-se a algumas renovações. A partir de então, o fluxo externo recomeçou, porém, não mais na forma de empréstimos e financiamentos, mas como emissão de títulos de dívida no exterior.
Com a globalização do mercado financeiro, a melhora da situação macroeconômica do Brasil (diminuição do risco Brasil) e a maior abertura do mercado financeiro nacional, foi crescente o número de empresas Brasileiras que começaram a captar recursos no exterior para financiar sua expansão produtiva e seus negócios no comércio exterior (principalmente com a alta liquidez mundial de crédito no final da década de 1990 e início do século XXI). Muitas dessas captações foram feitas por intermédio de bancos brasileiros, (principalmente no que se refere as  pequenas e médias empresas) para adiantamento de contratos de câmbio por empresas exportadoras e algumas empresas de grande porte obtendo recursos diretamente do mercado financeiro internacional (principalmente do mercado de capitais).


Assim, o banco brasileiro capta os recursos em moeda estrangeira, vende essas divisas no mercado de câmbio e repassa para uma empresa brasileira, cobrando comissão, correção cambial e os mesmos juros que ele paga no exterior, para adiantamento de contratos de câmbio por empresas exportadoras e algumas empresas de grande porte obtendo recursos diretamente do mercado financeiro internacional.
Tais mecanismos, apesar de concedidos por agentes privados, são regulamentados e supervisionados pelo Banco Central. Portanto, o objetivo deste artigo é expor as modalidades de captação de recursos no exterior para micro e pequenas empresas.

DIFICULDADES DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS PARA  MPEs
Observou-se a dificuldade de MPEs (Micro e pequenas empresas) para captar recursos no exterior devido a exigências feitas por bancos e instituições financeiras como:
·       Elaborar um projeto financeiro contendo objetivos com relação ao investimento, comprovar condições de pagamento e de investimento independente de seu faturamento evoluir após aporte.
·     Elaboração de um Projeto de viabilidade econômica para informar a realidade da empresa e a perspectiva de crescimento após o aporte do capital.
· Para captação de recursos, além de a empresa ter de apresentar a realidade financeira, operacional e comercial saudáveis, os agentes financeiros requerem apresentação de garantias que, em alguns casos, devem ser reais (tais como bens imóveis); em outros casos podem ser recebíveis (tais como contratos de serviços, de fornecimento de produtos ou duplicatas).
ACC - ADIANTAMENTO SOBRE CONTRATO DE CÂMBIO
Há uma linha de crédito que capta recursos no exterior e os repassa ao exportador brasileiro chamada ACC (Adiantamento sobre contrato de câmbio). O ACC é uma operação de crédito na qual se concede adiantamento, total ou parcial, de recursos em moeda nacional ao exportador brasileiro antes do embarque da mercadoria ou da prestação de serviço no exterior, por meio da contratação de câmbio celebrada entre as duas partes. Esse recurso corresponde ao valor em moeda estrangeira da exportação que será efetuada. Proporciona ao exportador brasileiro apoio financeiro para a realização de suas exportações. Pode ser usado para a produção ao comercialização de mercadorias destinadas a exportação.
Vantagens
·    Obtenção imediata da moeda nacional para financiar a produção de mercadoria ou a prestação de serviço.
·        Obtenção de recursos oriundos do mercado internacional.
·        Contratação do câmbio com antecedência de até 360 dias à data do embarque.
·        Tarifas e taxas competitivas.
·        Agilidade no processamento das operações.

FINIMP – FINANCIAMENTO A IMPORTAÇÃO

O FINIMP – Financiamento a Importação é um conjunto de linhas de créditos para financiar as empresas importadoras brasileiras na aquisição de bens de capital, máquinas, equipamentos e serviços. O FINIMP é uma linha de crédito atrativa devido a sua baixa taxa de juros e prazo de financiamento alongado (até 10 anos).
Atualmente existem duas modalidades de FINIMP: BANK-TO-BANK (REPASSE) e BANK-TO-IMPORTER (DIRETO). O primeiro capta recursos no exterior através de um banco intermediário afim de financiar um determinado importador brasileiro. Desse modo, o banco intermediário capta recursos e os repassa ao importador, reduzindo os riscos de variação cambial. No segundo, a captação recursos é feita diretamente do importador junto ao banco no exterior, porém há riscos de variação cambial na liquidação do financiamento.
Ressalta-se que na modalidade BANK-TO-IMPORTER, não há incidência de IOF sobre a captação dos recursos, uma vez que não há um fato gerador (há internação de divisas). Já na modalidade BANK-TO-BANK, o importador deverá pagar IOF de 0,38% + 0,0041% a.d de start. Assim, nota-se que a modalidade BANK-TO-IMPOTER possui menores custos financeiros.
Se na liquidação do contrato a empresa apresentar dificuldades financeiras que a impossibilitem de honrar com o compromisso, é possível optar pelo REFINIMP (refinanciamento à importação pelo prazo de 360 dias). Porém, há a possibilidade de que a moeda tenha sofrido desvalorização cambial no momento da quitação.
           Vantagens
·        Taxas fixas ao longo de todo o financiamento;
·        Flexibilidade no prazo para efeito de Fluxo de Caixa;
·        Taxas de juros compatíveis às praticadas no mercado internacional;
·        Linhas de crédito com prazos que podem chegar a 10 anos;
·        Financiamento de até 100% de todos os valores envolvidos na importação;
·        Acesso à tecnologia estrangeira ainda não presente no Brasil;
·        Maior prazo para o pagamento da dívida.

CONCLUSÃO

Anteriormente nas décadas de 60 a 80 a principal forma de um micro e pequeno empresário conseguir a captação de recurso e financiamento no exterior era através de financiamentos bancários internacionais onde era regulado a contratação dos empréstimos pelo Banco Central. Somente após o ano 2000, quando o Banco Central começou a regulamentar, autorizar e a credenciar as instituições financeiras no mercado interno, foi possível que as mesmas fizessem o repasse das divisas captadas diretamente para seus clientes sem uma grande intervenção do Banco Central.

Devido à globalização, melhoria da situação macroeconômica do Brasil e maior abertura do mercado financeiro brasileiro, ampliaram-se o número de empresas nacionais que buscavam recursos no exterior. Com o propósito de incentivar as exportações, o governo ampliou e facilitou linhas de crédito, facilitando assim para as instituições financeiras obterem sua própria linha de crédito. Porém, os recursos oferecidos não eram suficientes e não supriam à demanda do mercado, isso causou um aumento do crescimento e da busca por investimentos externos.

Atualmente, no que se refere às micro e pequenas empresas brasileiras, as mesmas  apresentam limitações de recursos financeiros, podendo estar impossibilitadas de apresentar determinados documentos e exigências feitas por bancos e instituições financeiras no exterior. Assim, a captação de recursos torna-se menos complicada quando realizada por intermédio de um banco brasileiro. Esse fato pode ser explicado, pois, sabe-se que um banco ou instituição financeira no Brasil com reconhecimento no exterior possui maiores facilidades para negociar com investidores devido ao seu alto faturamento, maior grau de influência, experiência de mercado, habitualidade com transações externas e facilidade de contornar riscos.

Assim, o banco brasileiro capta recursos em moeda estrangeira, vende as divisas no mercado de câmbio e repassa para uma empresa brasileira, cobrando comissões, correções cambiais e os mesmos juros que se paga no exterior para adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC) por empresas exportadoras (e algumas empresas de grande porte), obtendo recursos diretamente no mercado financeiro.

       Para as micro e pequenas empresas importadoras, a melhor opção de financiamento seria o FINIMP (Financiamento a importação) que nada mais é que um conjunto de linhas de crédito para financiar a aquisição de bens de capital, máquinas, equipamentos e serviços que possui taxas de juros atrativas e capacidade de extensão de prazo de pagamento por até 10 anos.

       Conclui-se, portanto, que o processo direto de captação de recursos no exterior (no sentido de que o contato inicial seja com os investidores externos), pode tornar-se inviável financeiramente para as micro e pequenas empresas, pelos por fatores anteriormente mencionados unidos a impossibilidade das empresas de menor porte podem não ter a capacidade de cumprir com determinadas exigências externas. Assim, devido as facilidades apresentadas por bancos e instituições financeiras Brasileiras, as MPEs optam por utilizar as linhas de crédito nacionais.

REFERÊNCIAS

__________. ACC: Adiantamento sobre Contrato de Câmbio. 2014. Disponível em: <http://mercantildobrasil.com.br/Empresas/Produtos/NegociosInternacionais/Exportacao/paginas/accadiantamentosobrecontratocambio.
aspx>. Acesso em: 06 nov. 2014.

__________. Banco Itaú. Internacionais: FINIMP. Disponível em: <https://www.itau.com.br/empresas/cambio-comercio-exterior/ajuda/>. Acesso em: 08 nov. 2014.

 __________. Banco HSBC. Financiamento à Importação do HSBC. Disponível em: <http://www.hsbc.com.br/1/2/br/para-sua-empresa/empresas/comercio-exterior/importacao/financiamento-para-importacao/mais-informacoes>. Acesso em: 05 nov. 2014.

 __________. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO. (Ed.). Financiamento. 2014. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/190>. Acesso em: 12 nov. 2014.

MÜLLER, Augusto Braun. Captação de recursos no exterior pelo setor público e privado brasileiro. 2009. 75 f. Monografia (Especialização) - Curso de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/29455/000777980.pdf?...1>. Acesso em: 03 nov. 2014.


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