Cateora, Gilly e Graham (2013) asseguram que relativamente à
decisão de ingressar em um novo mercado, a utilização de processos e sistemas
de planejamento incentiva o tomador de decisões a considerar todas as variáveis
que interferem no sucesso de uma empresa.
Além disso, oferece uma base que permite visualizar todos os mercados de
um ou mais países e suas inter-relações como unidade global integrada. Desse
modo, torna-se possível definir a forma de entrada quando se possui informações
geradas no processo de planejamento e escolha do mercado externo. Considera-se
a escolha da forma de entrada uma das decisões mais críticas da empresa, pois
definirá as operações e afetará as decisões posteriores a respeito desse
mercado.
Segundo Kotabe e Helsen
(2000), a escolha da estratégia de internacionalização está associada a uma
série de critérios internos e externos, como: a estrutura local, estrutura
externa, exigências governamentais, riscos presentes no país de entrada e condições
competitivas do ambiente. A estrutura local refere-se às condições específicas
da empresa, como: objetivos, ativos, recursos disponíveis, competências,
flexibilidade e necessidade de controle. Desse modo, a escolha da estratégia
elegida estará diretamente ligada ao setor de atuação da organização, da
disponibilidade dos recursos, do posicionamento competitivo, dos limites do
mercado em que a empresa atua, da obtenção de experiência estratégica,
operacional e de tecnologia, da manutenção, fortalecimento e ampliação da
empresa em outros mercados.
Os critérios externos relacionam-se
de modo específico ao ambiente em que a empresa irá atuar, devendo-se considerar
também o mercado em que ela atua. Por conseguinte, o modo de entrada de uma
empresa no mercado externo está ligado à habilidades, competências, versatilidade,
disponibilidade de recursos, dentre outros fatores (KOTABLE; HELSEN, 2000).
Complementarmente Leersnyder
(1986) afirma que os modos de entrada são baseados no grau de comprometimento nos
mercados externos, medido através do nível de investimento e gastos com recursos,
bem como pela relação de controle sobre as transações internacionais.
Relativamente á
disponibilidade de recursos, Cateora, Gilly e Graham (2013) garantem que as diferentes formas de entrada
podem ser eleitas conforme as exigências financeiras ou não-financeiras.
Afirmam que a quantidade de recursos financeiros que a empresa precisa empregar
para utilizar determinada forma de entrada afeta o risco, o retorno e a
supervisão de cada entrada.Os autores explicam a afirmação comparando a exportação
(direta e indireta) e investimento direto no exterior.
No caso da exportação indireta, não há exigência de
investimento de capital, o risco torna-se pequeno com a taxa de retorno e o
nível de supervisão proporcionalmente baixos. A exportação indireta
normalmente implica na venda para um comprador no país de origem, que por sua
vez, exporta o produto. Esses clientes podem ser grandes varejistas,
distribuidores, atacadistas, trading
companies ou outras empresas que compram produtos para atender a clientes
no exterior.
Já na exportação direta,os autores afirmam que a empresa
vende para um cliente em outro país, sendo esse o método mais comumente
empregado por empresas iniciantes no mercado internacional devido aos riscos
mínimos de perda financeira. Comparando a exportação com o investimento direto
no exterior, o último exige mais capital e apresenta maiores riscos, exigindo
maior nível de supervisão, embora proporcione altos níveis de retorno.
Kotler (2000) assegura quando
uma empresa decide ingressar em um determinado país, é preciso definir
estrategicamente a melhor forma de fazê-lo. O autor considera que os principais
métodos de entrada são: exportação indireta, exportação direta, licenciamento, joint-ventures
e investimentos diretos. As estratégias de ingresso no mercado externo representam o envolvimento potencial de comprometimento, risco,
controle e lucro.
Assim, as empresas alteram gradualmente seus modos de entrada, na medida em que obtêm um maior controle das operações. Desse modo,
quando os seus conhecimentos e experiências se ampliam as empresas passam a
envolver-se em operações que exigem maior controle e apresentam maiores riscos.
Contextualizar-se-á, nas próximas postagens, de forma resumida os principais modos de entrada utilizados pelas
empresas para o ingresso no mercado externo.
REFERÊNCIAS
CATEORA, Philip R.; GILLY,
Mary C.; GRAHAM, John L.. Marketing
internacional. 15.
ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. p. 343-348. Disponível em:
http://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551464/pages/97003099.
Acesso em: 10/10/2015.
KOTABE, M.; HELSEN, K. Administração de
Marketing Global. São Paulo: Atlas: Prentice Hall, 2000.